sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Avaliação de Dezembro de 2014

Avaliação de Dezembro

Faz meses que não posto algo aqui, então resolvi fazer uma reflexão parecida como a que fiz na metade do ano. O cenário da economia pós-eleições continua bastante nebuloso. Embora inicialmente positiva, não sabemos se a indicação do ministro da Fazenda vai resultar de fato em medidas mais realistas para ajustar os problemas da economia ou se vai ser mais do mesma enrolação e demagogia que se viu nos últimos anos. Mas a vida continua e precisamos dar um jeito de prosseguir em rumo à IF, e ao mesmo tempo torcer para que o Brasil não desande de vez.

Certamente este foi um ano bem ruim. Fiz um grande ajuste na minha carteira de investimentos. FIIs que compunham mais ou menos 6% da carteira no começo do ano agora são mais de 50% em 15 papéis diferentes. Consegui aproveitar em parte a alta de BBAS3 e vendi tudo. Volto para BBAS3 se cair para R$22,xx ou menos. Se não voltar, tem outras opções. Vendi CSNA3 no prejuízo e provou ter sido uma boa escolha. Depois caiu para metade do preço da minha venda. Não está fácil, porque também comprei durante o ano algumas ações e FIIs que também caíram. Empresas boas como PINE4, EZTC3, ETER3 e HBOR3 caíram muito. O fantasma da grande vacância fez PRSV11 desabar da faixa dos R$1000 para R$700, e o detalhe é que o imóvel, embora antigo, fica em região estratégica bem no centro do Rio.

Fiz uma "conta de padeiro" para comprovar se a gestão ativa da carteira (comprar e vender) realmente ajudou em algo ou se atrapalhou o desempenho durante o ano. Para a gestão passiva fiz a suposição muito otimista que a soma de todos aportes rendeu 8% líquidos. Se fizesse a compra mensal de ações é muito provável que esses aportes estariam no negativo. Para as FIIs também, porque houve significativa desvalorização das cotas em geral.

Rendimento com gestão ativa (ajustes de carteira): -6.5%
Rendimento com gestão passiva (buy-and-hold puro): -12% (aproximado e otimista)
(O rendimento anual com gestão passiva um pouco mais realista talvez fosse uns -15%.)

Eu não me importo muito em ficar calculando rendimento mensal da carteira porque acho a maior besteira fazer isso em renda variável. O rendimento anual faz um pouco mais de sentido. Fico meio chateado porque desta vez não deu para bater o Ibovespa e a poupança, mas é claro que faz parte do jogo. O curioso que a queridinha EZTC3 me ajudou em 2013 mas me derrubou em 2014!


2009

143%
2010

31%
2011

14%
2012

33%
2013

10,5%
2014

-6,5%

Os valores acima são de rendimentos líquidos aproximados. De 2005 a 2008 eu não guardei o valor dos aportes realizados, assim não consigo fazer um cálculo realista. Sei que em 2008 quase dobrei o valor em bolsa da carteira de 2007 mas foi porque fiz aportes muito pesados durante a crise. Economiza cada centavo para colocar em small caps desvalorizadas. É certo que o rendimento foi altamente negativo em 2008, mas qualquer valor que colocasse aí seria um chute.


Do ponto de vista pessoal fiz duas viagens para o exterior e também consegui abrir uma conta corrente nos EUA, um desafio que foi até divertido. Mostrou que consigo me comunicar em inglês o suficiente para explicar os motivos da abertura de conta, etc. Quanto mais tempo passo lá fora mais percebo como o Brasil é atrasado em certos pontos. Recebi o cartão de débito com meu nome em mãos, na hora!

Meus aportes este ano foram um pouco inferiores ao do ano passado. Talvez com o 13o consiga empatar ou até superar ligeiramente o valor. Além das viagens e várias compras de moeda estrangeira, o suficiente para viajar ano que vem, um outro fator que prejudicou um pouco os aportes foi minha adesão ao plano de previdência privada da empresa, diminuindo meu salário líquido. O rendimento dessa previdência é muito fraco e as taxas de administração são elevadas, mas como a empresa participa nos aportes, há uma certa vantagem. Não deixa de ser uma diversificação

Para finalizar, ainda acredito que as FIIs sejam a melhor opção de investimento. Já estou conseguindo uma semi-IF (independência financeira) só com o rendimento delas. Essa situação dá um conforto muito maior no emprego. Enquanto isso, uso o rendimento das FIIs para comprar mais papéis.