segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Final de 2013 e Estratégias para 2014

Final de 2013


Aviso: O texto abaixo não representa indicação de compra ou venda de ações e outros papéis, mas sim um relato pessoal.

O ano de 2013 foi muito ruim para o mercado de ações brasileiro, por três razões principais: a desconfiança do investidor na política econômica, crescimento abaixo do esperado, e o fracasso das empresas X. Entre as bolsas de valores ao redor do mundo, o desempenho fo índice IBOV foi um dos piores:

http://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/3123337/ibovespa-pior-bolsa-mundo-2013-veja-melhores-piores

Tendo em vista o desempenho do IBOV, e o desempenho das carteiras apresentadas por blogs de finanças que andei olhando, fico feliz que minha carteira tenha rendido aproximadamente 10% neste ano, após o último pregão do ano.

Minha estratégia foi a mesma dos últimos 4 anos, praticamente totalmente comprado em ações e fazendo alguns giros abaixo de 20k na carteira. Um fator de sorte foi o anúncio da venda do BicBanco para um banco chinês, mas o BicBanco sempre esteve no alvo de outros bancos. Outra ação que ajudou muito foi o Banco do Brasil, que estava com indicadores fundamentalistas muito atraentes. Outra campeã em 2013 foi a construtora EZTEC, que é uma empresa fantástica para buy-and-hold.

Não investia em FIIs, mas dada as quedas que ocorreram, resolvi comprar algumas FIIs no final do ano. O investimento em FIIs não trouxe impacto sobre a rentabilidade de 2013, mas terão alguma influência em 2014 já que compõem mais ou menos 10% da carteira.

Estratégias para 2014


O ano de 2014 trará mais variáveis para o mercado: Copa do Mundo e Eleições Presidenciais. É possível que as grandes manifestações vistas em 2013 voltem em 2014 com a proximidade da Copa do Mundo e das Eleições, trazendo maior intranquilidade ao investidor estrangeiro. Cabe ao governo atual e aos principais candidatos a responsabilidade de darem confiança aos investidores. A Copa do Mundo será uma vitrine mundial, e eventuais lambanças tupiniquins serão amplificadas.

O índice da bolsa norte-americana está muito esticado e talvez possa sofrer uma forte correção durante o ano. Por outro lado, o IBOV está muito atrasado. É possível piorar ainda mais em 2014!

Vou continuar acompanhando as FIIs e aumentando posição, visando as FIIs que estão rendendo 10% ao ano ou mais. Aos poucos vou reduzindo a posição em certas ações que forem valorizando em 2014. Se houver um cenário de grandes quedas em 2014, será hora de aumentar posição em ações fortemente descontadas através dos aportes mensais e também do rendimento com dividendos e FIIs (dividendos que resultaram um DY de mais ou menos 6% ao ano durante 2013).

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Independência Financeira

Independência Financeira


A independência financeira é um sonho de muitas pessoas, e consiste em atingir um patamar de renda mensal, obtido através de investimentos que garantem um certo padrão de vida, sem depender da remuneração de um trabalho fixo. A pessoa pode continuar trabalhando para uma empresa por opção, especialmente se o salário for atrativo, mas não pela necessidade de sobrevivência.

Muitas pessoas pensam no valor mágico do "primeiro milhão" como um patamar da riqueza ou da independência financeira, mas deve ficar claro que esse um milhão de reais hoje em dia não torna ninguém realmente rico, mas pode sustentar uma vida frugal se a pessoa já possui imóvel próprio.

Há um grupo de pessoas na Internet que discutem sobre "Early Retirement Extreme", proposta de vida que consiste em juntar um patrimônio relativamente modesto, em poucos anos, e viver de uma renda mensal suficiente para sobreviver, algo que no Brasil seria R$1.000 ou menos. É uma estratégia de vida extremamente frugal, sem luxo algum, nem mesmo carro. Certamente não é uma coisa para qualquer um, mas é um proposta para refletir.

Early Retirement Extreme

Há pessoas que optam por outro caminho, que é abrir um negócio próprio com o patrimônio acumulado durante anos com o salário de empregado. Não deixa de ser uma boa opção e uma chance de ganhar muito dinheiro se a pessoa gosta e entende muito do negócio, mas também não deixa de ser um trabalho árduo, que muitas vezes envolve sacrificar os finais de semana e feriados. Muita sorte se conseguir arrumar um gerente honesto e competente que possa administrar o negócio enquanto você descansa. Além disso, tem que pagar muito bem esse cara. Ao abrir uma empresa, também tem gente que se dá muito mal ao confiar demais em sócio, ou então quando entra em um negócio que parecia muito simples à primeira vista mas que a pessoa não tinha experiência alguma, e aí todo aquele dinheiro investido simplesmente é jogado fora.

Voltando ao "primeiro milhão", em uma aplicação que rende 0.7% líquidos ao mês, em uma época de inflação de 0.5%, você obtém um rendimento real de R$2.000. Para muitos brasileiros, é mais do que suficiente para sobreviver, mas está muito, mas muito longe de permitir um estilo de vida individual com alguns luxos, e muito menos para sustentar uma família em uma grande cidade.

Não basta apenas juntar dinheiro todo mês jogando em uma aplicação, o segredo está em melhorar a alocação de investimentos para obter maiores rendimentos. Essa administração de patrimônio pode ser considerado como um trabalho chato para muitas pessoas, mas pode ser aquela grande diferença para obter o padrão de vida desejado. É necessário paciência, muito aprendizado e leitura.

Pessoalmente, eu não tenho uma meta específica de valor para me aposentar, mas é bastante provável que consiga atingir o tal do primeiro milhão em alguns anos, mesmo que a bolsa de valores continue meio devagar, desde que não aconteça algum desastre na economia brasileira. Usando estratégias de alocação em renda variável, esse patrimônio pode oferecer um rendimento real mais próximo de um salário razoável, como R$4.000 líquidos.

Até poucos anos atrás ganhava um salário relativamente abaixo do mercado, mesmo assim conseguia economizar e investir uma boa parte do salário. A crise na bolsa em 2008, apesar do stress, foi uma grande oportunidade de aprendizado e permitiu comprar papéis extremamente baratos, que acabaram valorizando bastante nos anos seguintes. O patrimônio de dez/2008 para dez/2009 praticamente triplicou (incluindo os aportes), mas é uma pena que não tinha na época o salário que tenho hoje.

Com o salário atual estou separando uma porcentagem menor para os aportes, mas mantendo valores acima do ano passado. O aporte atual em média equivale mais ou menos a 1% do patrimônio atual. Este ano acredito que vou conseguir um rendimento de mais ou menos 9%, sendo que mais de 90% está alocado em ações.