Faz meses que não posto algo aqui, então resolvi fazer uma reflexão parecida como a que fiz na metade do ano. O cenário da economia pós-eleições continua bastante nebuloso. Embora inicialmente positiva, não sabemos se a indicação do ministro da Fazenda vai resultar de fato em medidas mais realistas para ajustar os problemas da economia ou se vai ser mais do mesma enrolação e demagogia que se viu nos últimos anos. Mas a vida continua e precisamos dar um jeito de prosseguir em rumo à IF, e ao mesmo tempo torcer para que o Brasil não desande de vez.
Certamente este foi um ano bem ruim. Fiz um grande ajuste na minha carteira de investimentos. FIIs que compunham mais ou menos 6% da carteira no começo do ano agora são mais de 50% em 15 papéis diferentes. Consegui aproveitar em parte a alta de BBAS3 e vendi tudo. Volto para BBAS3 se cair para R$22,xx ou menos. Se não voltar, tem outras opções. Vendi CSNA3 no prejuízo e provou ter sido uma boa escolha. Depois caiu para metade do preço da minha venda. Não está fácil, porque também comprei durante o ano algumas ações e FIIs que também caíram. Empresas boas como PINE4, EZTC3, ETER3 e HBOR3 caíram muito. O fantasma da grande vacância fez PRSV11 desabar da faixa dos R$1000 para R$700, e o detalhe é que o imóvel, embora antigo, fica em região estratégica bem no centro do Rio.
Fiz uma "conta de padeiro" para comprovar se a gestão ativa da carteira (comprar e vender) realmente ajudou em algo ou se atrapalhou o desempenho durante o ano. Para a gestão passiva fiz a suposição muito otimista que a soma de todos aportes rendeu 8% líquidos. Se fizesse a compra mensal de ações é muito provável que esses aportes estariam no negativo. Para as FIIs também, porque houve significativa desvalorização das cotas em geral.
Rendimento com gestão ativa (ajustes de carteira): -6.5%
Rendimento com gestão passiva (buy-and-hold puro): -12% (aproximado e otimista)
(O rendimento anual com gestão passiva um pouco mais realista talvez fosse uns -15%.)
Eu não me importo muito em ficar calculando rendimento mensal da carteira porque acho a maior besteira fazer isso em renda variável. O rendimento anual faz um pouco mais de sentido. Fico meio chateado porque desta vez não deu para bater o Ibovespa e a poupança, mas é claro que faz parte do jogo. O curioso que a queridinha EZTC3 me ajudou em 2013 mas me derrubou em 2014!
2009 | 143% | ||
2010 | 31% | ||
2011 | 14% | ||
2012 | 33% | ||
2013 | 10,5% | ||
2014 | -6,5% |
Os valores acima são de rendimentos líquidos aproximados. De 2005 a 2008 eu não guardei o valor dos aportes realizados, assim não consigo fazer um cálculo realista. Sei que em 2008 quase dobrei o valor em bolsa da carteira de 2007 mas foi porque fiz aportes muito pesados durante a crise. Economiza cada centavo para colocar em small caps desvalorizadas. É certo que o rendimento foi altamente negativo em 2008, mas qualquer valor que colocasse aí seria um chute.
Do ponto de vista pessoal fiz duas viagens para o exterior e também consegui abrir uma conta corrente nos EUA, um desafio que foi até divertido. Mostrou que consigo me comunicar em inglês o suficiente para explicar os motivos da abertura de conta, etc. Quanto mais tempo passo lá fora mais percebo como o Brasil é atrasado em certos pontos. Recebi o cartão de débito com meu nome em mãos, na hora!
Meus aportes este ano foram um pouco inferiores ao do ano passado. Talvez com o 13o consiga empatar ou até superar ligeiramente o valor. Além das viagens e várias compras de moeda estrangeira, o suficiente para viajar ano que vem, um outro fator que prejudicou um pouco os aportes foi minha adesão ao plano de previdência privada da empresa, diminuindo meu salário líquido. O rendimento dessa previdência é muito fraco e as taxas de administração são elevadas, mas como a empresa participa nos aportes, há uma certa vantagem. Não deixa de ser uma diversificação
Para finalizar, ainda acredito que as FIIs sejam a melhor opção de investimento. Já estou conseguindo uma semi-IF (independência financeira) só com o rendimento delas. Essa situação dá um conforto muito maior no emprego. Enquanto isso, uso o rendimento das FIIs para comprar mais papéis.
Saudações confrade Seth, também estou mudando minha alocação para FIIs, planejo chegar ao final do ano que vem com uma carteira no Brasil organizada da seguinte maneira:
ResponderExcluirAções: 50%
FII: 35%
RF: 15%
Eu disse no Brasil porque do jeito que as coisas vão de mau a pior planejo abrir uma conta em uma stock brooker dos USA.
Rezemos para que o Brasil não se torne a Venezuela.
Oi Land, abrir uma conta de investimentos nos EUA é uma excelente opção para quem quer se proteger do comunismo. Aliás, eu preciso estudar mais sobre o processo de abertura de conta em broker americano e a questão dos impostos. Acho que ter uma checking account pode até ajudar no processo de solicitação. Enquanto isso, é rezar mesmo!
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